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História do Vidro

Técnicas como a incrustação de filamentos na massa de vidros e a de vetro de trina, ou vidro gelado, fizeram a fama de Veneza no século XVI. Mais tarde outras regiões e cidades -- como a Boêmia, a Silésia e Sèvres -- também tiveram seu nome incorporado à história das artes do vidro.
Vidro é um material transparente ou translúcido, liso e brilhante, duro e frágil, obtida pela mistura de sílica com menor proporção de álcali, à qual se acrescenta cal ou outro agente endurecedor e redutor da temperatura de fusão. Além da transparência, caracteriza-se pela isotropia, ou seja, apresenta as mesmas propriedades físicas em todas as direções.
As substâncias minerais que compõem o vidro fundem-se a altas temperaturas e não se cristalizam ao solidificar-se. Ao se resfriarem, mantêm o estado amorfo próprio dos líquidos, mas, à medida que sua viscosidade se eleva, adquirem as propriedades comuns aos sólidos. Por essas propriedades o vidro costuma ser definido como um "líquido supercongelado" ou ainda como substância representativa de uma fase intermediária entre o estado líquido e o sólido, ou cristalino.
Há muitos tipos de vidro, com diferentes composições químicas e qualidades físicas, mas todos têm certas características em comum, como o fato de poderem ser facilmente quebrados por golpe ou choque e apresentarem fratura concoidal. Quando frios, são maus condutores de eletricidade e de calor. Quase não são afetados por solventes, mas são imediatamente atacados pelo ácido fluorídrico.
Composição. Os ingredientes básicos na composição do vidro são a sílica ou óxido de silício (SiO2), obtida principalmente da areia branca pura, e álcalis (os principais são o carbonato de sódio, o sulfato de sódio e também a cal extinta). Milhares de tipos de vidros são produzidos industrialmente com esses materiais e diferentes técnicas. Todavia, o elevado ponto de fusão e a alta viscosidade tornam muito cara a fabricação de vidros com alto teor de sílica. Por isso os tipos de vidro mais comuns contêm, além de areia, diversas outras substâncias, que variam conforme as aplicações.
Na composição dos vidros de garrafas, de vidraças e de bulbos de lâmpadas, de baixo custo e largo consumo, entram o carbonato de sódio (barrilha) e a cal. Os vidros empregados na confecção de utensílios de laboratório e no vasilhame de cozinha, resistentes ao calor e ao fogo, contêm borossilicato. Vidros de alta resistência a choques e a altas temperaturas, bem como aqueles destinados a janelas de aviões contêm aluminossilicato. O vidro de elevado grau de transparência, freqüentemente chamado cristal, é fabricado à base de chumbo e álcalis.
A adição de outros elementos químicos à sílica, à soda, à potassa e à cal aumenta enormemente a variedade de tipos de vidros. Adicionar bário, na forma de carbonato precipitado, produz notáveis alterações nos índices de refração e na densidade do vidro. Os vidros coloridos se obtêm com a adição de manganês, cobalto, ferro, níquel, antimônio e outros componentes metálicos.
Histórico. Os mais antigos objetos conhecidos de vidro são contas egípcias, de 2500 a.C., e vasos de barro vidrados com desenhos coloridos. Por volta de 1500 a.C., artesãos egípcios coloriam um tipo de vidro com óxidos metálicos, quase sempre opaco por causa das bolhas presentes na mistura, pois não conseguiam produzir temperaturas bastante altas para desfazê-las.
No século I a.C. os sírios sopravam o vidro para criar objetos de todo feitio. A moldagem por sopro também foi uma técnica aperfeiçoada pelos egípcios. Nas paredes do hipogeu de Beni Hassan foram encontradas pinturas que representam artesãos trabalhando o vidro: um deles sopra um vaso com o auxílio de um bambu. Na época helenística, os frascos egípcios de vidro imitavam as formas da cerâmica, e Alexandria adquiriu fama pelos objetos de vidro ricamente decorados na técnica millefiori e vasilhas moldadas sob pressão.
Conhecido em Roma desde o tempo de Nero, o vidro divulgou-se rapidamente no império, fabricado em molde prensado ou soprado, modelado no torno ou cinzelado. Quase todas as formas fabricadas em vários centros obedeciam ao estilo helenístico, mas logo surgiram formas regionais. Com a queda do império, a arte do vidro foi varrida da Europa por algum tempo. Um ressurgimento, de início tímido, verificou-se a partir do século VI na Renânia e na Gália.
A vidraria desenvolveu-se nessa época principalmente na Síria e no Egito, sob a influência do Islã. Os artesãos egípcios-árabes passaram a pintar o vidro com verniz metálico e os sírios desenvolveram fórmulas de esmaltes vítreos com chumbo, até a produção de lâmpadas, taças e frascos originais, de inexcedível apuro técnico.
A partir do século XIII a vidraria desenvolveu-se em Veneza, onde se concentrou na ilha de Murano para preservar o segredo de fabricação e cultivar a alta habilidade dos artesãos. Os primeiros objetos são de forma pesada, colorido escuro e decoração em esmalte. Em meados do século XV já se fabricava o cristallo, semelhante ao cristal de rocha, mas cheio de bolhas; se soprado muito fino, tornava-se transparente, apesar do uso de corantes. O processo foi levado à perfeição no fabrico de taças.
Artesãos venezianos estabelecidos em Antuérpia, Liège e Nuremberg criaram uma hábil vidraria de técnica veneziana, sendo dificílimo distinguir suas peças das produzidas em Murano. Na Silésia e na Boêmia a arte do vidro aperfeiçoou-se; produziu-se um novo cristal, feito de quartzo, potassa e sal de cozinha, cuja resistência e clareza eram apropriadas para a gravura a cobre e a abrasivos. Em Barcelona desenvolveu-se desde o século XVI uma notável arte vidreira, caracterizada pelos esmaltes em que dominam o verde e o amarelo. No século seguinte, foi principalmente em Cadalso que floresceu a arte do vidro.
No século XVIII, os altos tributos cobrados na Inglaterra sobre os componentes do vidro determinaram a disseminação de um tipo de vidro branco, opaco, pintado de maneira semelhante à porcelana. Importantes aperfeiçoamentos técnicos surgiram no século seguinte, com a passagem para a produção mecânica em massa. Abandonaram-se os métodos manuais, conservados apenas nos centros de fabrico de objetos de luxo, como Baccarat, na França. O Arts and Crafts Movement, em meados do século, e, depois, o art nouveau, reagiram contra o domínio da máquina e a falta de originalidade do desenho e dos novos produtos. René Lalique e Émile Gallé introduziram uma nova versão artística das formas e cores do vidro, com influência oriental.
O século XX trouxe uma combinação de forma e função à indústria do vidro. Com Dinamarca, Finlândia e Suécia na vanguarda, desenhistas da Europa e da América levaram a altos níveis a indústria do vidro. Paralelamente à produção em série, o vidro passou a participar da arquitetura, como material de construção e decoração.
Tipos principais. Os vidros planos, empregados em larga escala na indústria de construção -- como vidraças e espelhos -- representam parte considerável das vendas do ramo vidreiro. São fabricados em grandes unidades industriais, mediante processos sucessivos desde a fundição das matérias-primas até o resfriamento, a laminação e o polimento. Os vidros ocos -- sob a forma de tubos, frascos, garrafas, bulbos para lâmpadas etc. -- também ocupam posição importante no consumo doméstico e industrial.
A variedade dos vidros para mesa vai desde os comuns, empregados na fabricação de copos, até os designados comercialmente semicristais e cristais, cujos tipos mais refinados são tradicionalmente produzidos por processos manuais e alcançam às vezes alto nível artístico. A grande resistência ao calor caracteriza os vidros térmicos, que acham aplicação em aparelhos de cozinha, equipamentos de laboratório e componentes eletrônicos.
Os vidros ópticos exigem cuidados especiais na fabricação e no acabamento; são cristais de alta transparência, com índices de refração e dispersão muito precisos, usados na fabricação de lentes para oftalmologia e instrumentos ópticos. O vidro strass (de Strasser, seu inventor) é ainda mais duro, denso e refringente, e é usado para imitar pedras preciosas.
É na indústria automobilística que os vidros de segurança encontram seu grande mercado. Construídos primeiramente (1909) com a interposição de uma folha de celulóide entre duas placas de vidro, passaram a usar (desde 1936) uma lâmina de plástico polivinílico que não se altera com a exposição ao sol. A característica comum a esses vidros é sua resistência ao choque e a capacidade de fragmentar-se sem causar ferimentos nas pessoas.
Entre outros tipos de vidro, cabe citar a fibra de vidro, usada sobretudo para isolamento térmico, elétrico e acústico, o vidro trefilado (também chamado lã de vidro) e as fibras ópticas, pelas quais a informação viaja na forma de pulsos de luz..

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